O nome Prólogo Livreiros, SA talvez não seja do conhecimento comum. Mas, se acrescentar que o nosso convidado de hoje, o livreiro Antero Braga, é um dos sócios proprietários daquela que é considerada como uma das mais belas livrarias do mundo (sim, do mundo!), quase todos sabem a resposta: estou a referir-me à Livraria Lello ou Livraria Chardron, nomes pelos quais é mais frequentemente identificada.
Pois bem, o senhor Antero Braga, considerado em 2014, o Livreiro do Ano, acedeu gentilmente a vir falar-nos daquilo que conhece melhor: o mundo dos livros. Considera que a atividade que desenvolve (que nunca tinha esperado abraçar) o enriqueceu interiormente, por lhe ter permitido o contacto com diferentes personalidades, que com ele trocaram as suas experiências de vida. Sublinhou a importância da cultura como ato praticado com amor, dedicação e enquanto processo de procura contínuo na tentativa de nos tornarmos melhores.
Antero Braga referiu, igualmente, que quando pensa no objeto livro, o primeiro pensamento que que lhe vem à ideia o seu criador. Realçou o trabalho imenso que implica o ato de criar e que nem todos somos criadores, pelo que a figura do criador lhe inspira enorme respeito porque é aquele que escreve, que tenta transmitir aos outros o seu pensamento, aquele que se interroga. Na sua opinião, os autores são quem move a vida, o ser humano, quem faz com que o ser humano possa ser melhor.
Seguidamente, abordou a figura do editor como aquele que determina se um original é ou não publicável. Tal reveste-se de alguma subjetividade, o que implica que, por vezes, se percam autores porque a decisão do editor foi contrária à publicação dos seus textos.
Presentemente, assiste-se a uma crise no mundo da edição, uma vez que as editoras estão a confinar-se a grandes grupos económicos. De igual gravidade se reveste o encerramento de imensas livrarias, uma vez que o papel que o livreiro desempenha é fundamental; ele transmite o seu conhecimento do mundo onde se movimenta e que conhece, não se limita à simples comercialização de títulos. Nesse sentido, Antero Braga defende a necessidade de formação ao nível universitário para quem pretende exercer a profissão de editor ou de livreiro. Foram estas as palavras de um homem apaixonado pela atividade que exerce e de quem considera que "o que faz uma boa livraria é o bem servir".
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